sábado, 31 de dezembro de 2011

Ponderando


Foto de Jimmy Hardison  in  http://500px.com/photo/1737298

Final de mais 360 dias. Entre o "museu de grandes novidades" lido nos meios de comunicação, ergo um brinde à minha existência.Termino este ano com um auto respeito acrescentado.Transitei por várias emoções e permaneço inteira na minha forma de viajar pela vida. Agradeço primeiro a DEUS e depois aos vários amigos que direta ou indiretamente me auxiliaram nesta jornada.

Foto de Tom Holmes in http://500px.com/photo/697973

Alguns foram verdadeiros portos seguros onde pude deitar âncora e me acolheram com calor quando eu regressei de tempestades.Compartilharam comigo pedacinhos de suas vidas, de forma tão significativa.

Foto de Irawan Subingar  in 500px.com

E me davam sempre esperança num outro dia. As verdades relativas enfeitaram o meu pensamento supervisionadas pela crença em uma única verdade absoluta. Cobranças exteriores de mudanças quando o interior estava em permanente transformação.

Foto de Eleonora Dantas
Mas, vejo a estrada que desejo, assim, de águas plácidas, embora sem mostrar o seu interior, para aumentar o mistério essencial do que é viver. A natureza sempre perto para nos desafiar a amá-la. Um cantinho onde eu possa me refugiar com minha própria essência.
Que venham novos dias!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Foto de Adriana Dantas

Eu sempre fui muito curiosa, questionadora e gosto de respostas que me convençam.Quando pequena, nos primeiros anos ficava aguardando o final do Ano. Diziam que tudo mudava.Que um velhinho ia embora num carro, pelo céu e vinha um bebê, uma nova vida. Eu ficava atenta ao movimento celeste, todas as noite. Talvez porque eu não tinha um telescópio...Eu nunca vi nada do que os adultos diziam. Nada!
Nada estava diferente no dia 1 de janeiro de cada ano que mudava.
Abandonei esses personagens e comecei a PENSAR. A buscar respostas por minha própria conta. Encontrei algumas e outras continuo procurando.
Agora, para mim a vida é assim como esta fotografia.Uma ponte; onde transitamos para realizar travessias, podemos fazer o trajeto, muitas vezes sós temporariamente.Algumas pessoas podem aparecer e circular por esta ponte no mesmo momento em que estamos circulando. Poderemos atravessá-la de mãos dadas e no outro lado "To say good bye". Tudo um enigma!
Como? Quando? Por que?
Mas esse momento em que tudo parece se afunilar, quando a paisagem que existe ainda não pode ser vista em sua totalidade...Apenas ligeiramente vislumbrada...Para mim é o momento mais belo!
Sem um limite físico na imaginação. Sem uma data pré- definida (principalmente pelo comércio!) para que as "coisas mudem". O caminho ali está...Para ser caminhado, explorado, sem fissura...Degustado!
Olhando em volta, apreendendo e consequentemente aprendendo! deixando marcas e olhando atenta, as pisadas pré- existentes na areia.
Que venha mais um ano, mês ou dia na minha vida!
Que eu não perca a capacidade de Amar, Sonhar e Sorrir no meu cotidiano. Que Kronos me dê sua mão na travessia e me empreste duas moedas de ouro para eu dar ao barqueiro, se eu precisar atravessar o mar...
Feliz 2012 ! ! ! a todos que estão atravessando pela ponte!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Diário de um sedutor

Soren Kierkegaard.
" A minha arte reside em utilizar anfibologias para que me compreendam num sentido e se apercebam subitamente de que as minhas palavras podem ser entendidas também de outro modo.Quando se pretende ter uma boa ocasião para observações especiais, é sempre necessário fazer um discurso."

" Quantas coisa ela tem a dizer e como os seus olhos me mostram facilmente os progressos que tem feito; uma única vez descortinei neles um clarão de raiva impotente. É necessário que ela me não seja devedora de nada; pois ela deve sentir-se livre, o amor apenas se encontra na liberdade, apenas nela pode existir a recreação e o divertimento eternos.Porque embora a minha intenção seja fazê-la cair em meus braços pela força das circunstâncias, por assim dizer, e me esforce por fazê-la gravitar na minha direção, é contudo também necessário que ela não tombe pesadamente, mas como um espírito que gravita para outro espírito. Embora ela deva pertencer-me, tal não deverá poder identificar-se com a fealdade de um fardo pesando sobre mim. Ela nunca deverá constituir para mim uma prisão física, nem uma obrigação moral. Entre nós dois apenas deve reinar o efeito próprio da liberdade. Ela deve ser suficientemente leve para que eu a possa erguer com o braço estendido".

"Assim, pode-se estar apaixonado de muitas ao mesmo tempo; porque as amamos de diferentes maneiras. Amar apenas uma é demasiado pouco; amar todas é uma leviandade de caráter superficial; porém, conhecer-se a si próprio e amar um número tão grande quanto possível, encerrar na sua alma todas as energias do amor de modo que cada uma receba o alimento que lhe é próprio, ao mesmo tempo que a consciência engloba o todo - eis o que á a vida".

Amor e não Amor

Foto de 'ccline'budi in 500px.com

"...Das aventuras amorosas, a sua memória só registrava o estreito e íngreme caminho da conquista sexual: a primeira agressão verbal, a primeira carícia, a primeira obscenidade que lhe dissera, e ela a ele, todas as pequenas perversões que, aos poucos, a fizera aceitar, e as que ela recusara. Todo o resto (com um cuidado quase pedante) eliminara da memória. Esquecia-se até do lugar onde encontrara esta ou aquela mulher pela primeira vez, já que isso precedia a conquista sexual propriamente dita.
A jovem falava de tempestade com o rosto banhado por um sorriso sonhador, e ele a olhava estupefato, quase envergonhado: ela vivera uma coisa bela e ele não a vivera com ela. A reação dicotômica da memória dos dois diante da tempestade exprimia toda a diferença que pode haver entre o amor e o não amor. "

Milan Kundera  (A Insustentável Leveza do Ser)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Paradoxo


Foto de Sou Olga  in  http://500px.com/photo/3283551

Certas profissões, como a de médico, enfermeiro e psicólogo, exigem que o profissional aja como sua formação requer e também, que se "distancie" emocionalmente do caso clínico, nos momentos em que a atuação se faz necessário. Dito assim, pode parecer que o profissional, ou tenha um on/off no cérebro ou que não esteja "nem aí" para seu paciente. Nem uma coisa, nem outra.
Para que esse distanciamento aconteça se faz necessário que o profissional seja portador, além da competência profissional,de uma imensa sensibilidade para lidar com a dor dos outros e com a ideia da morte.De outra forma, seria apenas um robot "humano",ou se enquadrando na psicopatologia.Quando entramos em contato com o sofrimento e morte do outro, estamos entrando no terreno de nossas próprias dores e com a ideia de nossa própria finitude.Em psicologia, isso se chama empatia.
No processo empático é gasta uma considerável quantidade de energia psíquica. Há de acontecer uma aproximação para se poder distanciar e...Trabalhar!A dor ou angústia do outro tem que ser validada em nosso sentir e o vínculo afetivo se instala.
Que paradoxo!
Quando tudo sai a contento, o nosso lado humano, nos deixa transbordando de alegria! Conseguimos! e essa ideia de vitória nos reanima, sempre.Quando o humano em nós se defronta com a impotência, com a impossibilidade de fazer algo além de tudo o que já foi feito, resta a constatação de nossa imensa fragilidade.Neste momento, estamos somente em contato com a nossa consciência de ter feito tudo o que era necessário fazer. Aceitar que existe uma força maior no universo que nos conduz, sempre.
E outra vez o paradoxo: Da fragilidade do momento se tem que encontrar força para continuar, de forma empática, auxiliando quem mais precisar de nossos serviços! sabendo que somos instrumentos nesta viagem da vida.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Coragem no caminho

Foto de Jo Stein  in http://500px.com/photo/545113

Coragem no Caminho


Se chegaste aos dias anuviados de
pranto, à vista de ocorrências
infelizes, acende a luz da esperança
e caminha adiante, olvidando na
retaguarda o que te possa parecer
aflição e desengano.

Outro dia com novas emoções,
espera-te amanhã, renovando-te a
vida. Circunstâncias inesperadas te
deslocaram da segurança em que
vivias, arrojando-te nas
dificuldades do começo da existência...

Esquece quantos te surgiram por
instrumentos de inquietação e
lembra-te de que as oportunidades de
trabalho continuam brilhando para
os que não se deixam vencer pelo
desânimo.

Pessoas queridas talvez se te hajam
transformado em obstáculos à paz,
compelindo-te à travessia de espessas
nuvens de lágrimas...

Esquece os que se acomodaram com
atitudes irrefletidas e pensa nas
dedicações sinceras que te
felicitam as horas.

Alguém a quem amas, enternecidamente,
haverá falhado nos compromissos
assumidos, relegando-te ao abandono...

Esquece o menosprezo de que terás
sido objeto e conserva a imagem
desse alguém no tesouro de tua
gratidão pela felicidade que te
deu e prossegue em frente, na
certeza de que a vida te ofertará
estradas novas para a aquisição de
alegrias diferentes.

Acontecimentos calamitosos te
impeliram a vacilar nos fundamentos
da fé, ainda insegura...

Esquece, porém, os fatos amargos e
adianta-te na jornada para diante,
valorizando os recursos espirituais
de que dispões, recordando que o
Céu continua alertando a última
planta das últimas faixas do deserto
e revigorando o verme da mais oculta
reentrância de abismo.

Seja qual o tipo de provação que te
incline ao desalento, vence o torpor
da tristeza e segue para a vanguarda
de tuas próprias aspirações.

Da imensidão da noite, nascerá
sempre o fulgor de novo dia.

Não te permitas qualquer parada
nas sobras da inércia.

Trabalha e prossegue em frente,
porque a bênção de Deus te espera
em cada alvorecer.

(Palavras do Coração - Meimei -
Francisco Candido Xavier) 

domingo, 13 de novembro de 2011

Foto de Ivelina Aasen in http://500px.com/photo/3148852

Gosto disso: simplicidade e sutileza. Mesmo passando o dia entre concreto e vidro, não consigo encontrar beleza na afetação, no exagero. Tudo MUITO para mim. Boa noite meu príncipe!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

devaneios



Não tem remédio, reza, despacho que retire de nossos corações (e cérebros!) coisas tão pequenas e simples de nossa estória de Amor. Os signos estão em toda parte, em todos os lugares do planeta.Isso me dá uma sensação de tê-lo sempre comigo, sempre.
Uma fada fez o toque de pir lim pim pim e se esqueceu de dar um prazo para o encerramento do encantamento.
E vou seguindo, horizonte aberto e livre, com brisas e temporais!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Bye, my friend !

Foto de John Wesley in http://500px.com/photo/2429124

Para o
JUAREZ CALHEIROS!

Meu AMIGO, acabei de saber que você se foi...
Não mais verei seus belos e expressivos olhos que falavam por si só!
Na última vez que nos vimos, nossos olhos se fixaram e não precisamos falar nada...
Nos dissemos TUDO!
Eu senti que era uma despedida... Do seu modo! com muita DIGNIDADE!
Entendi quando você disse que só iria viajar, sem destino!
Você foi o meu MESTRE para entender a LOUCURA !
E ambos não acreditamos nisso!
Um dia ainda estaremos juntos novamente para rirmos juntos como tantas vezes o fizemos!
Minha ultima homenagem a você que foi um GRANDE HOMEM !
Meu eterno carinho e gratidão!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Quarto da bagunça ou sótão...


Pedacinhos de momentos que significaram alguma coisa, mas que estão somente como indicadores materiais, porque o afeto agregado, permanece no cérebro. As pessoas acreditam, que por não terem muito valor comercial, não valem nada. E portanto podem ser levadas ou destruídas.Ledo engano!
Um dia desses procurei algumas coisas que não mais achei. Sua ausência me fez recordar com mais intensidade um passado que cada vez mais não desejo esquecer. Porque foi verdadeiro, com todas as idiossincrasias, foi verdadeiro.Mas eram coisas minhas.Sei que as coisas materiais não tem valor. Que os sentimentos são mais importantes. Mas não resisti e chorei,depois adormeci e quando acordei busquei consolar-me com a única pessoa que não banalizaria meus sentimentos: Deus!
Suas palavras, como sempre me encheram de ânimo, mais uma vez ELE estava ali comigo.
"tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido".
Seguiu-se uma sensação de Paz...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pedidos...

Foto de Richard Aléxis  in  http://500px.com/photo/812683

Cada momento do ano tem um apelo comercial agregado. O maior de todos é o do Natal. E todos somos praticamente obrigados a entrar num clima de elação. A usar o pó de pir-lin-pim-pim em grande quantidade. e no tranco esquecer em que lugar do paneta estamos. E todos correm para os grandes centros comerciais ou bate palmas (dá no mesmo! pois o que comanda tudo é o $$$$$$$$$$$$$$) e ali se deixam os trocadinhos!!!
Tenho uma estória interessante sobre o Natal e Papai Noel.
Eu tinha em torno de oito anos. Como toda criança dos séculos passados, era induzida a crer na existência do simpático e bom velhinho de longas barbas brancas.Tentava (juro que tentava!) ser uma "boa menina" o ano inteirinho para que Papai Noel me trouxesse os presentes que eu pedia.Mas o "dia seguinte" sempre me deixava frustrada. Nunca recebia o que eu pedia.Depois da decepção, tentava me adaptar ao brinquedo recebido (geralmente totalmente diferente da minha escolha...) e perguntava à minha mãe porquê?
Ela sempre respondia que eu devia ter escrito errado.Eu tinha o maior cuidado na elaboração da carta,pedia até para meu avô revisar.E nada...
Neste Natal resolvi esperar Papai Noel (todos os anos eu tentava, mas o sono me arrebatava antes...) e perguntar para ele o que estava faltando eu fazer.Como sempre acontecia, cedo fomos encaminhadas para dormir.Resolvi dormir sentada na rede, para que a posição desconfortável não me permitisse cair nos braços de Morfeu.
A ansiedade era enorme, com a expectativa de falar com Papai Noel em pessoa.Como ele falaria comigo? Desta vez me traria a boneca que tão minuciosamente descrevi? Quando ele chegasse eu acordaria as minhas irmãs, como havia prometido.
Apesar do desconforto e da ansiedade, o cansaço me dominou e eu adormeci.Mas não profundamente.Pela madrugada comecei a ouvir ruídos vindos do porão de minha casa.Comecei a tremer.Ele estava lá embaixo! Com muito esforço venci o medo e levantei da rede.Notei que um pequeno ponto de luz brilhava na falha de uma porção de massa que unia as tábuas do assoalho, próximo aos meus pés.Silenciosamente, me deitei no chão e olhei através do minúsculo buraco que mostrava parte da nossa mesa de refeições lá no porão.
A minha surpresa foi menor que a decepção de ver minha mãe e minha avó, embrulhando mais uma vez, presentes não pedidos.Compreendi naquele momento a razão das minhas contínuas decepções: Minha mãe não possuía dinheiro suficiente para comprar os presentes que pedíamos!
Então não existia Papai Noel!
Voltei para a minha rede e fiquei pensando.Agora ficara claro porque os meus vizinhos recebiam os presentes que pediam e eu e minhas irmãs, não. Os pais deles podiam comprar!
O problema não estava comigo! com o meu comportamento! e isso me deixou feliz.Eu me sentia sempre muito triste, por pensar que não havia recebido o que desejava, por não ter sido uma boa menina como minha mãe reforçava.
Enquanto pensava, vi pelos cantos dos olhos semi-cerrados que minha avó, cuidadosamente colocava os presentes embaixo de nossas redes.Quando ela saiu do quarto, eu fui abrir o presente.
Não era a boneca que pedira mas era uma bela boneca.Deixei para contar para minhas irmãs na manhã.
Mas ficou a sensação de engôdo em relação ao Natal.
Não mais esperava nada de encantado.Era uma festinha chata, de mentirinha.
Casei e tive filhas.Aos cinco anos a primogênita me fez a clássica pergunta (e olhe que ela recebia tudo exatamente como pedia!)
- Mãe, Papai Noel, existe mesmo?
- O que você acha?
- Acho que ele é muito gordo para entrar pela basculante do banheiro...Mas ele me traz presente...
- Ele existe sim...mas não se chama Noel...Só papai! Lá está ele - e apontei para o pai dela.
Ela então sorriu e correu para abraçar o pai e depois foi contar a novidade para a irmã, de três anos.
Não ficaram traumatizadas.Todos os anos escreviam as cartas e deixavam na escrivania do pai.Arrumavam a árvore com entusiasmo.Colocavam as sandálias ao lado da cama. Quando acordavam, cobriam o Papai de beijos e curtiam a data.
Eu continuo achando uma festa de mentiras e chatinha.Um faz de conta que naquela noite o mundo fica cor de rosa...Mesmo na Somália.
Mas, para agradar a criança que existe em mim, todos os anos, pego uma cartinha na árvore de Natal de um shopping,de instituições que abrigam menores, e escolho uma criança bem pequena e lhe dou exatamente o que ela pede.Numa forma de lhe fomentar a esperança   e lhe permitir sonhar...
Enquanto não souber que ela é quem é o Papai Noel de algum comerciante!






quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vida e Morte

Foto do DR. Hossein Mirzaie in http://500px.com/photo/1348991

As duas extremidades da existência. Uma cheia de movimento, energia e recheios. A outra de inércia e despojamento. Uma ínfima parte se desprende da matéria nos momentos finais. Essa parte se encontra responsável por nossas proximidades e afastamentos a nível de afetividade. Existiram pessoas na minha vida que se foram mas esse Elam permanece na minha mente, em forma de aliança eterna, num pacto além vida. Outras pessoas romperam esse pacto ainda em vida e o Elam não existe mais, ele que morreu. São "zumbis" que circundam em busca de um lampejo para absorver. Mortos... retornem à sua forma inanimada! em outro plano talvez estejamos juntos novamente.

Pedaços...


Foto de Elise Enchanted  in http://500px.com/photo/2169513


Eu não creio somente na razão, apesar de todo um "aparato" para fazê-lo. Creio em algo além disso tudo. Mas tento fazer com que a sensibilidade permeie o meu cotidiano, porém utilizo a razão, em 80% das minhas decisões. E o que é decidido com a razão, tem poucas chances de ser modificado.
Algumas vezes os sentimentos tomam conta de mim, de forma arrebatada. Então recorro ao tempo para me situar melhor. E ELE me devolve o que eu procurava entender. E com isso "em mãos" sigo em frente pela vida.

domingo, 18 de setembro de 2011

Os mistérios do anoitecer

Foto de Steve Shuey  in http://500px.com/photo/1848973

Hoje, está me faltando o telhado da casa onde morei na adolescência. Sim, porque igual a toda adolescente, eu me "cansava" de estar com toda a família em torno.Então, arrumei um refúgio que não permitia acesso fácil. Descobri o telhado de minha casa.Era um malabarismo enorme para poder ficar sozinha durante horas. Coisa que os "pixadores de muros,"  gostam de fazer e tiram de letra.
Minha avó, no começo da aventura, enquanto eu escalava a grade da janela para alcançar o beiral do telhado, fazia preleções sobre o que uma mocinha, devia ou não fazer.Ela era adepta de bordado e crochê.Eu da escalada e solidão.Com a continuidade, ela desistiu de me aconselhar...
Então, sozinha lá em cima, eu estendia uma toalha e me deitava, sentindo a brisa do anoitecer ir chegando aos pouquinhos, se despedindo do sol, que se recolhia.
Me encantava os vários matizes que enfeitavam o céu.Os sons que chegavam aos meus ouvidos, vindos de várias partes do entorno onde me encontrava.Algumas vozes eram conhecidas, outras não.Em alguns instantes, as asas dos pássaros que se movimentavam para procurar abrigo para passar a noite, em confronto com os últimos raios do astro rei, tornavam-se douradas! era como se partículas de ouro se tivessem desprendido de algum lugar e viessem homenagear o fim do dia.
A noite, então se fazia presente... Sempre delicada, faceira, se adornando toda de pequenos pontos luminosos. As estrelas... Eu contava, de início, e aos poucos fui aprendendo onde cada uma "morava ". E ELA, a lua, quando cheia, chamava a atenção de todos para si.
Inspirava momentos de saudade, de ausências presentes, machucando. Ou então de inspiração para poemas que eu gostava de fazer... E que o tempo já levou.
Lá em cima,sorri, chorei,tomei decisões que me pareciam importantes e era feliz...

Fiz um curso de bordado, obrigada.
Não gostava de fazer crochê, mas achava e acho bonito.
Coisas que uma menina prendada deveria fazer.
Coisas das quais não sinto falta ou lamento não ter aprendido!
Mas sinto falta, de vez enquanto, do meu telhado...
E de ver a lua cheia, bela e envolvente.
Hoje, mal tenho tempo de vê-la, enquanto o semáforo não dá o sinal verde...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mission Impossible

Foto de Edwin Kats  in http://500px.com/photo/1889516

Sem comentários!
Incrível!

Dreaming godwit !

Foto de Edwin Kats  in http://500px.com/photo/1827506

Belíssima foto do Edwin, em uma perspectiva instigante!

Diria que poderia ser interpretada de forma bem cristã!

DEUS!

 como o rei do Universo, iluminando a CRUZ e ... o frágil pássaro!

Pássaro? seria uma das pessoas da TRINDADE?


De uma perspectiva inversa, seria a fragilidade próxima à Cristo,


 iluminados pelo PAI.

Belíssima fotografia para exercitar a imaginação!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Inércia

Foto de David Mould  in http://500px.com/photo/1192382

De repente tudo parece estático...
Os movimentos parecem se tornar num esforço hercúleo...
Não há luz, nem o sopro do vento...
Nem o calor e brilho do sol...
Somente a água, que não espelha os sentimentos abissais...
Permanece com sua persona de tranquilidade...

Então... finalmente pode descansar...


Foto de Ильсина Резяпова in  http://500px.com/photo/1890235

Tão interessante esta tomada! parece que o Cupido teve grande trabalho de juntar esse casal!
Então... Merecido descanso depois!
Muito fôfo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Imaginação, um exercício.

Foto de Philippe Sainte-Laudy in http://500px.com/photo/1126799

Fico observando os meus netinhos,fascinados, diante da tv assistindo o dvd da galinha pintadinha.Nada contra o dvd, que é interessante.
O que me pre-ocupa, é como vai ficar a capacidade de imaginar dessas crianças da geração atual, com tudo PRONTO para consumo.A tecnologia não deixa espaço para o devaneio, o sonhar acordado.
Na minha geração, tínhamos que IMAGINAR uma porção de coisinhas.E tínhamos como referência as coisas vividas. As cores, os sons, os cheiros, os sabores.
A filha de um amigo da família,de 6 anos, ao ser solicitada pela professora que desenhasse uma galinha, o fez, desenhando uma... abatida, de supermercado.
Quando pequena, eu e minhas irmãs ouvimos longas descrições feitas por meu avô. E era uma descrição tão bem elaborada que as estorinhas eram verdadeiros filmes. Sentíamos a estória!
Com o passar do tempo, ao ter uma boa aula de História, eu assistia o filme sendo passado. E assim, "viajei" pela Grécia antiga,estive ao lado dos Césares, no Coliseu."Presenciei"o rapto de Helena, me horrorizava com os hábitos de Átila. "Suei" durante a queda da Bastilha.
Tudo graças ao exercício mental que era proposto às crianças dos séculos passados.
As estorinhas nos abriram o portal para os mistérios dos livros e esses eram o umbral para a vida.
Hoje, eu continuo me encantando todos os dias. Com olhares e gestos que "capturo" das pessoas nas ruas e nos lugares por onde ando. Com frases soltas, falando de coisas que nem sempre se entende ou acredita. Com fotografias, feitas por pessoas extremamente sensíveis ao Belo.Se encontre ele onde se encontrar.
É o BELO ! que é fonte de inspiração da alma, sempre.
Essas papoulas, antes de serem fontes de prazer artificial, enebriam uma parte de cérebro pela beleza, pela cor, pelo cenário onde estão.
Ao vê-las lembrei de um campo de flores que meu Vô Zeca, descrevia:
"Era um campo cheio de lindas flores vermelhas durante a manhã, quando o sol se esparramava sobre tudo. Seu perfume era tão envolvente (o que é envolvente, vovô? - envolvente é assim oh! e abraçava todas nós) continuando: Seu perfume era tão envolvente que todo o mundo sentia.
De noite... as flores ficavam prateadas, depois azuis...
Por quê?
Porquê? por causa da luz da lua e das estrelas.
Vejam no jardim da vovó, de manhã é uma coisa... a noite, outra.
E o Galdêncio ( personagem que era uma mistura de ser humano e uma espécie de robô, pois possuia no lugar das pernas e pés,uma barra de metal com rodinhas, que o deixavam correr com tal rapidez, que em segundos cruzava os continentes.)
E o que é continente, vô?
Continente? (pensativo...) é como daqui lá pro sítio.
E como achávamos o sítio muito longe, tínhamos a noção de quão distante o Galdêncio podia correr em tão pouco espaço de tempo.
Até hoje,ao ouvir o nome Galdêncio (é raro) eu olho logo para as pernas e não deixo intimamente de sorrir.
E, por haver exercitado tanto a imaginação, adoro ver fotografias e pinturas.Meu cérebro se inunda de endorfina e outros neurotransmissores ligados ao prazer.
Porque "viajo" na beleza que a NATUREZA e consequentemente a VIDA me oferece.
Que os livros e os contadores de estórias ganhem espaço no cotidiano das crianças, é o que eu desejo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Infância Perdida

Foto de AdihPrayoga in http://500px.com/photo/1777453

Em qualquer lugar do mundo elas estão...
Trocando de papéis e perdendo vida...
Lutando bravamente pela sobrevivência...
E esperando serem vistas e lembradas,
como seres HUMANOS!

Momento de escolha !

Foto de Irawan Subingar  in http://500px.com/photo/1161710

Acredito que esta fotografia do Irawan, fotógrafo de extrema sensibilidade, pode traduzir o olhar diferenciado de DEUS, em algum momento de nossa existência.
Aquele momento em que o milagre acontece.
Quando a razão e a ciência não podem dar respostas, sobre os benefícios que recebemos, mas os fatos aparecem para todos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sem senso de humor





Foto do site; http://cursospecialway.blogspot.com/2011/05/31-qual-quantidade-ideal-de-brinquedos.html


Brincar faz bem para a vida. Palavras de carinho também. Hay de endurecer pero nom perder la ternura......
Viver sem brincar, para mim, é sufocar minha criança interior.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

sensibilidade

Foto de IRAWAN SUBINGAR in http://500px.com/photo/1613819

Linda foto !!! e Linda modelo!!! sou apaixonada por corujas!!! esta dá vontade de beijar...........

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Saudade burlada

By Tragedienne [Rustle] in http://500px.com/photo/1554681

Hoje burlei a saudade! a tecnologia nos fez ficar frente a frente a mais ou menos  um metro de distância. Pude olhar nos teus olhos e sentir os teus sentimentos,naquele momento. Você me é tão familiar... Não sei como não nos encontramos antes. Coisas do destino. Mas quero te desejar uma boa noite, aqui do outro lado do planeta. E te dizer que sinta o meu sentimento como uma coisa edificante, porque te "envio" sempre coisas boas, através dos meus pensamentos. Uma vez eu voei para encontrar você, pelo mar e morros, e não te vi. Quem sabe um dia, ao invés de andarmos em linhas paralelas não paramos em um cruzamento?

sábado, 13 de agosto de 2011

Kissed by the morning sun

by Edmondo Senatore in http://500px.com/photo/1452740

Tanta fragilidade e tanta beleza numa vida tão efêmera,
Se formos olhar apenas a aparência, na vida,
Nâo veremos o milagre operado na metamorfose.
Os interiores sâo sempre mais interessantes,
O que escondem tem sempre mais LUZ,
Por isso, te amarei para SEMPRE !!!

Sobre o Egoísmo... uma resposta.

O despojamento é um estilo de vida. É o resultado de reflexão sobre o que cada um necessita basicamente, para viver.O desejo se manifesta na falta. O homem só deseja o que lhe falta.Então, se meu desejo deseja algo, eu busco alcançar.Quando o objeto de desejo faz parte de mim ou de minhas posses, cessa o desejo.
O desejo humano é infindável, diante de tantos estímulos. Então, o despojamento é apenas um olhar focado no essencial.
Realmente, querer que os outros vivam de acordo com nosso estilo ou vontade é Egoísmo, sim. Cada ser humano deve ter o livre arbítrio de escolher o que deseja.Essa é a razão de uma vida plena. O "ideal" de saber viver é viver o "despojamento" na alma. É poder entrar e sair de variados ambientes sem constrangimento.É poder falar com as pessoas, como pessoas, simplesmente e não buscar vê-las com um enfoque de "categorias". Quando conseguimos nos despojar, dos "pesos" impostos pela pedagogia que nos acompanha desde o nascimento, então sim, estamos prontos para sermos "senhores do mundo". Em qualquer lugar da terra, estaremos em "casa".

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Boa Noite!

Sonhos lindos e doces, enquanto a Lua prateada ilumina o caminho por onde a majestade de seus raios iluminarão o dia, amanhã.

Muro

Foto de Juan Jesus Santiesteban

Li uma vez, sobre o Amor, num depoimento de uma prisioneira de um campo de concentração nazista. Foi uma das mais belas demonstrações desse sentimento que não tem lógica e muito menos explicação.Ela narrou que começou um romance no meio daquele horror que todos já conhecem.No cotidiano de dor, medo e morte. O campo era separado por um muro. De um lado ficavam as prisioneiras mulheres e do outro, os prisioneiros homens.
Um dia ela conseguiu ir até o final do muro e observou um pequeno furo onde conseguiu introduzir um dedo, qual não foi sua surpresa ao sentir, minutos depois, o contato de outro dedo, do outro lado do muro.Recuou, receosa mas voltou a manter contato segundos depois.O calor daquela pele preencheu a ausência de afeto daquela mulher.Ela tentou fazer uma imagem mental do resto daquele corpo. A partir de então, todos os dias, ela ia se "encontrar" com o que ela definia como fonte de vida. E as pontas dos dois dedos se acariciavam por longos minutos.E isso durou meses.
A senhora relatava, que esses momentos eram esperados como se espera o encontro normal entre namorados. Que ela tentava com o contato, passar ao seu Amor, todos os sentimentos sufocados.Um dia, ela soube da mudança dos prisioneiros masculinos para outro campo. Neste dia, seu contato através do muro não teve resposta. Nem, nos outros dias de vários longos anos, em que as lágrimas que corriam por sua face seria sua única fonte de calor para sua alma.
A foto de Juan, me fez recordar esta história de Amor!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Field of Gold

Raimond Bradshaw

O ouro do Jalapão faz parte de nossa história...
Esta foto me fez recordar um universo surreal...
Que bom ter você fazendo parte de minha vida!!!


Caminhando

Rakesh  Rocky


7/08/2011

Sempre imaginei a vida como um caminho. Cheio de bifurcações e atalhos. Onde teríamos a autonomia das escolhas. Mas sempre imaginei o FINAL, assim como nesta foto (walking  tall !) feita pelo fotógrafo indiano Rakesh Rocky, e publicada no site 500px.com.
No Final, a estrada seria reta e o homem seria incorporado à LUZ. Essa imagem me fascinou! Porque veio de encontro à minha fantasia do que é viver. O despojamento que deixa evidente, sinalizando que os bens materiais não irão nos acompanhar... O cajado, que é o apoio mais certo do que o de outras mãos... Que chegamos a tocar, a beijar, mas que nem sempre ficarão enlaçadas nas nossas.
A sensação é de que existe um final de linha, nesta foto, assim como na vida. As pedras, na lateral me insinuam uma forma de não esquecermos os nossos objetivos até chegarmos ao final e podermos, também, olhar para trás e nos alegrarmos com nossas vitórias conseguidas.
Apesar de estar Só, e com a cabeça inclinada pelo peso da vida, a imagem não me passa solidão e os passos me parecem firmes. Passos de quem viveu em plenitude.

Defense and Tenderness


Tuas mãos, me abraçando fortemente...
Me fazendo ver a vida através do teu calor...
SIM, EU TE AMO MUITO !!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Momentos


      Existem momentos na vida, em que, por mais dolorida que seja a ação a ser feita, é necessário fazê-la. Porque de outra forma é perdida a nossa auto-estima, o auto-respeito. Tudo muda, em rítmo próprio. A certeza de um novo amanhecer, só se tem ao presenciar o fenômeno.

"Já bastam os menores- Devemos evitar os acontecimentos, ao saber que os menores entre eles já nos marcam o suficiente - e a estes não podemos escapar - O pensador precisa ter, dentro de si, um cânone aproximado de todas as coisas que ainda quer vivenciar. "Nietzsche

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ξέρω ακριβώς τι θέλετε από μένα

Que eu seja o re-acender de seus sonhos...
A possibilidade de resgate de sua ternura, presa nas profundezas
abissais de uma realidade sem sabor...
A fênix de um passado que você gostaria de re-editar a seu modo...
O porto seguro depois da Odisséia...
O abraço incondicional...
A bola que volta após ser jogada...
O balão que sumiu no céu...
As cores da Primavera quando o outono chegou!
As linhas retas se tocando no triângulo...
A língua que lambe seu suor após um dia de árduo trabalho...
A boca que esquenta o desejo...
E a paz de um voo de pássaro nos últimos raios de sol do dia...
A possibilidade de ser você mesmo !!!
A criança que você é !!!

sábado, 16 de abril de 2011

Ao amigo da floresta encantada!

Amigo!
Não se preocupe comigo!
Fui feliz enquanto juntos estivemos,
Momentos mágicos foram vividos e se tornaram boas recordações!
Boas recordações se tornam tesouros que guardamos no coração!
Para sempre!!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quinquilharias...


  Cresci ouvindo meu avô Zeca, contando histórias de coisas que descobria no sótão de sua casa em Portugal, quando êle era criança. Eu e minhas irmãs, deitávamos em sua rede depois do jantar e nos deliciávamos com suas peripécias. Vô Zeca possuia o dom da palavra escrita e da falada. Suas descrições possuiam um colorido tão forte que até hoje consigo imaginar as paisagens que descrevia.

  Segundo meu Vô, no sótão de sua casa existiam baús de sua mãe, onde eram guardados coisas da família dela. Quinquilharias... era a palavra que êle usava. Então... eu cresci fascinada por quinquilharias...e sótão!

  Imaginava um dia ter uma casa num bosque...com sótão! Neste lugar guardaria, num baú, coisas de minha família! achava tão lindo e misterioso esse lugar mágico!
O tempo passou e não consegui morar em uma casa num bosque e com sótão. Em compensação consegui acumular QUINQUILHARIAS!!!! que guardo num quartinho bagunçado.

  Muitas pessoas dão palpite para eu me desfazer! que não tem valor nenhum... Para não criar polêmica, eu apenas sorrio e digo que quando tiver tempo vou dar uma arrumada.
Mas...Quando estou disposta a retornar no tempo, eu abro alguma caixa (meus baús) e trago para perto de mim, pessoas significativas que não vejo há longo tempo ou que já se foram para sempre. Minhas quinquilharias são tesouros de afeto!

  Eu vejo por exemplo um colar de continhas de vitrilho -feitas por uma paciente do hospital psiquiátrico - após um longo período de tratamento com medicação "pesada", que a deixava des-motivada e sem coordenação motora para fazer qualquer coisa. Recordo sua dificuldade em enfiar a linha de nylon nas continhas e o tempo que levou para concluí-lo. Após cada tentativa bem sucedida, ela me olhava e sorria. Eu a elogiava e motivava. Um dia ela concluiu o colar e me pediu para ajudá-la a colocar o fecho.
 Está lindo!!! você pode dar de presente para alguém que você gosta! - falei
Eu fiz pensando numa pessoa que gosto muito!- respondeu-me cabisbaixa.

  Depois do horário do lanche dos pacientes, eu estava lendo, quando senti alguém se encostando nas minhas costas e colocando algo em meu pescoço. No início me assustei, afinal estava num hospital psiquiátrico! mas ao vê-la e perceber o que circundava meu pescoço, compreendi. O presente foi colocado em silêncio e eu beijei suas mãos, em agradecimento. Nada de palavras! ela se foi e eu usei o presente durante um longo tempo. Ela olhava e sorria. E fazia outros colares para dar de presente para as pessoas que ela amava.
 
  Dentro das minhas quinquilharias também tem o primeiro presente escolhido e comprado pela minha filha mais velha. Ela tinha quatro anos (hoje ela tem 37 anos) e queria me dar um presente no Dia das Mães, comprado por ela. Além do que havia "confeccionado" na sua escola.Fomos a uma loja e ela se encantou com um bracelete de plástico dourado! me perguntou se eu gostava dele.Diante de minha afirmativa, perguntou à vendedora (que estava encantada com aquela loirinha que sabia se comunicar tão bem) quanto custava e retirou de sua bolsa o dinheiro que seu pai lhe havia dado.
Este dinheiro pode comprar este presente?
Sim, pode! respondeu a vendedora.
Então faça um presente para a mamãe.
  Nunca esqueci sua carinha de felicidade ao me dar o presente!!!

  Um dia, eu estava muito triste.Minha auto-estima lá embaixo.Havia chorado muito. Mas precisava sair para pagar algumas contas em lojas.Lembro que vestia um longuinho ("estava na moda") com estampas em cores pasteis.Entrei na loja de departamentos e um colarzinho de conchas me chamou a atenção.Tomei-o nas mãos num conflito entre comprá-lo ou não.Ouvi uma voz masculina me falando:
Aceita uma sugestão?
Ao me virar, deparei-me com dois homens muito bonitos sorrindo. Um deles se dirigia a mim.
Aceite! sereias combinam com conchas!
Era um galanteio original e educado. Não pude deixar de sorrir.Ele continuou:
Depois dizem que em Manaus não tem mulher bonita! as sereias andam nas ruas!!!
Agradeci a "dica" e comprei o colar. Não é preciso dizer que aquele simpático elogio me fez muito bem naquele momento. Ele (o colar de conchas) está entre as minhas quinquilharias!!!

  Para mim, cada coisinha tem sua história, seu momento de encantamento e magia.É uma passagem da nave do tempo.E a sensação de chegada é a mesma de que quando os fatos passados ocorreram.
Então, "decoradores de plantão", me poupem com suas sugestões descabidas pois as boas recordações são os melhores investimentos que fazemos na vida!
Viva!!! sótões e quinquilharias!!!