sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Paradoxo


Foto de Sou Olga  in  http://500px.com/photo/3283551

Certas profissões, como a de médico, enfermeiro e psicólogo, exigem que o profissional aja como sua formação requer e também, que se "distancie" emocionalmente do caso clínico, nos momentos em que a atuação se faz necessário. Dito assim, pode parecer que o profissional, ou tenha um on/off no cérebro ou que não esteja "nem aí" para seu paciente. Nem uma coisa, nem outra.
Para que esse distanciamento aconteça se faz necessário que o profissional seja portador, além da competência profissional,de uma imensa sensibilidade para lidar com a dor dos outros e com a ideia da morte.De outra forma, seria apenas um robot "humano",ou se enquadrando na psicopatologia.Quando entramos em contato com o sofrimento e morte do outro, estamos entrando no terreno de nossas próprias dores e com a ideia de nossa própria finitude.Em psicologia, isso se chama empatia.
No processo empático é gasta uma considerável quantidade de energia psíquica. Há de acontecer uma aproximação para se poder distanciar e...Trabalhar!A dor ou angústia do outro tem que ser validada em nosso sentir e o vínculo afetivo se instala.
Que paradoxo!
Quando tudo sai a contento, o nosso lado humano, nos deixa transbordando de alegria! Conseguimos! e essa ideia de vitória nos reanima, sempre.Quando o humano em nós se defronta com a impotência, com a impossibilidade de fazer algo além de tudo o que já foi feito, resta a constatação de nossa imensa fragilidade.Neste momento, estamos somente em contato com a nossa consciência de ter feito tudo o que era necessário fazer. Aceitar que existe uma força maior no universo que nos conduz, sempre.
E outra vez o paradoxo: Da fragilidade do momento se tem que encontrar força para continuar, de forma empática, auxiliando quem mais precisar de nossos serviços! sabendo que somos instrumentos nesta viagem da vida.

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