quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Muro

Foto de Juan Jesus Santiesteban

Li uma vez, sobre o Amor, num depoimento de uma prisioneira de um campo de concentração nazista. Foi uma das mais belas demonstrações desse sentimento que não tem lógica e muito menos explicação.Ela narrou que começou um romance no meio daquele horror que todos já conhecem.No cotidiano de dor, medo e morte. O campo era separado por um muro. De um lado ficavam as prisioneiras mulheres e do outro, os prisioneiros homens.
Um dia ela conseguiu ir até o final do muro e observou um pequeno furo onde conseguiu introduzir um dedo, qual não foi sua surpresa ao sentir, minutos depois, o contato de outro dedo, do outro lado do muro.Recuou, receosa mas voltou a manter contato segundos depois.O calor daquela pele preencheu a ausência de afeto daquela mulher.Ela tentou fazer uma imagem mental do resto daquele corpo. A partir de então, todos os dias, ela ia se "encontrar" com o que ela definia como fonte de vida. E as pontas dos dois dedos se acariciavam por longos minutos.E isso durou meses.
A senhora relatava, que esses momentos eram esperados como se espera o encontro normal entre namorados. Que ela tentava com o contato, passar ao seu Amor, todos os sentimentos sufocados.Um dia, ela soube da mudança dos prisioneiros masculinos para outro campo. Neste dia, seu contato através do muro não teve resposta. Nem, nos outros dias de vários longos anos, em que as lágrimas que corriam por sua face seria sua única fonte de calor para sua alma.
A foto de Juan, me fez recordar esta história de Amor!

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